Linchamento virtual e o poder da internet | Editorial

A internet é a maior maravilha que homem criou -até agora. Possibilita a conexão maior com pessoas de longe, distribui conhecimento, e todas as outras coisas maravilhosas que as pessoas dizem por aí. O que não falam muito, pelo menos fora dos grandes filmes hollywoodianos é o quanto a internet nos faz triste, desenvolvendo um sentido de perfeição que é simplesmente impossível de chegar, nos maquia a ponto de se tornar um super heroi e xingar/acusar/diminuir pessoas que colocam a cara a tapa nas mídias telecomunicativas. 


O grande problema está no fato de ninguém saber de tudo o tempo todo. Começo com o caso mais recente, o banimento de grandes streamers da Twitch por usarem uma palavra que tem um sentido super negativo em live, palavra que atinge diretamente uma minoria e mostra a xenofobia e o preconceito social *não falarei que palavra é*. Ora, por que não temos essas informações tão facilmente? O banimento dos streamers foi o certo a se fazer nesse momento? Por que não trazer o assunto a tona e gerar discussão sobre esse termo usado tão ~comumente~ principalmente pelos adolescentes e jovens adultos? Por que não sabemos o significado dessa palavra, sendo que essa última década foi discutido tanto sobre o preconceito e palavras que podem ser/são ofensivas para pessoas que possuem algum transtorno mental? A discussão é grande e causou burburinho na comunidade da rede social, ainda não se tem proposta de "arrumar" essa situação (até o momento).

Ademais, o caso que mais famoso é o da participante do BBB20, Ivy Moraes, que teve discursos um tanto racistas, direcionados principalmente ao participante Babu Santana. Por essa razão a internet desceu a militância na mulher, que quando sair terá um choque bem grande do que isso gerou: o ódio e os milhares de xingamentos (alguns indevidos) em relação a sister. Há um termo que ainda é muito usado pelas pessoas que flodam o Twitter com xingamentos, associando a imagem de Ivy com a do ditador alemão Adolf Hitler. É algo realmente preocupante, por ser uma acusação extremamente pesada, que tem uma carga sócio-histórica muito alta. Ela foi racista em alguns dos seus discursos, a ignorância faz isso conosco a todo momento, nos tornando meio machistas, sexistas, homofóbicos, racistas. Eu entendo a militância, mas não entendo a violência, a partir do momento em que o racismo é pauta crescente nas mesas universitárias, entre famílias, a violência avassala uma mulher ignorante, assim como a maioria de nós, por não entender bem como ocorre e o que acontece "aqui fora". 

Não achem que estou fazendo um discurso de "passar pano" para ela, mas quero trazer para a discussão o fato de boa parte dos brasileiros (e vou restringir a discussão aqui no país mesmo), e mesmo assim não temos total informação sobre o que falamos, como o fato da palavra banida da Twitch, utilizar de termos psiquiátricos para se referir a algo que não gosta. Claro que aprendemos com os erros, mas a singularidade bate a porta e te pede um pouquinho de lucidez: como podemos saber de tudo "do nada"? Um erro como o da Ivy é extremamente negativo para o movimento negro, mas ela precisa ser tão xingada, apedrejada? Sugiro abrir discussão com os envolvidos, e chegar em um consenso geral. Eu não tenho lugar de fala sobre o movimento negro, mas podemos discutir mais sobre o controle de ofensas e sobre todo o poder que a internet proporciona. Acreditem, a fala, a discussão saudável sobre conceitos importantes, seja de enriquecimento humano até os temas que baseiam a humanidade, a maneira e os bons costumes dentro da ética moral, é importante e o melhor jeito de levar um assunto realmente a sério.

"As vezes a gente não precisa resolver essa coisa de solidão" | Textos de respiro

Neste fim de semana eu me peguei só. Só no sentido de não ter ninguém por perto além de mim e dos grandes personagens que vivem em meu computador, encontrados em sites de entretenimento e redes sociáveis. Me via só, e senti uma dor imensa. 

Em um curto período de tempo percebi que estava falando sozinha em voz alta, com a televisão ligada em um canal qualquer, com uma mulher que tinha uma voz irritantemente fina falava sobre o quanto era legal o programa que ela participava. Me percebi mais sozinha do que nunca, e isso deixou tudo pior. Eu não me vi com amigos, nem mesmo com minha família ou com meu cachorro, eu me via apenas comigo mesmo e não sabia como lidar com isso. 
Então cheguei na conclusão de que eu não preciso entrar nesse sentimento de solidão e necessariamente estar triste comigo, pelo contrário: eu me via totalmente sozinho e percebia o quanto eu precisava disso. Mal lembrava do que eu era com meus amigos, no bar, no trabalho; esse eu eu não conseguia reconhecer. Estivera sempre aqui, oprimido? Ou apenas tinha medo de se mostrar mais, se colocando no mundo com todas as máscaras possíveis? É difícil dizer, mas sei que senti uma paz muito grande, que me fez chorar por horas. o que é difícil pra mim, porque tenho uma trava pra choro. Eu lavei minha alma em dois dias, e me senti bem em reconhecer-me em mim mesmo.
As vezes a gente não precisa resolver essa coisa de solidão.

A falta que a falta - não - faz

Olá, pessoa adorável. Estive em um grande dilema esses dias, o que me fez pensar muito em faltas, perdas, ganhos e felicidade genuína. Até escrevi um pouco no meu Tumblr sobre esses temas, mas a grande inspiração foi esse vídeo da Jout Jout. Eu sei, é "antigo", mas é muito atual dentro da minha situação. A falta pode ser tão boa... talvez até melhor que se sentir completo.
Foto: Gris (the game)

Estive em uma situação complicada: conheci alguém que me deixou meio aérea, meio feliz demais para ser verdade. Eu muita das vezes me sinto insuficiente, mas dessa vez eu achei que me encaixaria: era uma pessoa que fazia o "meu tipo", uma personalidade que me chamou atenção, além de ter olhinhos encantadores. De qualquer forma, como a grande precavida que sou, marquei um encontro após uma semana conversando (porque aí se essa pessoa quiser cancelar ou desistir de falar comigo ou vice versa, bem, nenhum de nós gastamos dinheiro com o Uber hahaha). Enquanto essa semana passava, ela me dava sinais de interesse real e eu, como uma pessoa muito emocionada, fui entrando nessa onda. Saímos e eu fui totalmente diferente do que eu sou: constantemente me fecho para pessoas, totalmente introspectiva, nesse encontro eu falei por mim, pela pessoa e por todo o bar. Claro, depois que isso aconteceu a pessoa meio que distanciou-se de mim (uma pessoa tímida como ela era geralmente faz isso mesmo). Então entrei numa bad por dor de cotovelo absurda. Minhas bads sempre são esclarecedoras para mim, porque eu consigo ver de longe a situação de cada acontecimento. Posso dizer que meu carnaval foi longo por esse motivo.

Ao longo desse pensamento eu me senti totalmente vazia, e então caí nesse vídeo. Para quem não conhece, a Jout Jout conta a história de um livro infantil totalmente psicológico, no qual faz metáforas com nosso vazio existencial (vale muito a pena ver e rever o vídeo). Dentro do meu vazio eu me afirmei como incompleta, que talvez não encontraria essa grande parte que falta em mim, mas então pensei: "será que quero, ou ao menos consigo, encontrar essa metade que falta? Afinal, quem é que me diz sobre ser completo (além de Deus, que nem homem é e não poderia ser)?", e acabei entrando mais profundo nesse grande impasse filosófico e existencial no meio do carnaval. Felizmente, eu percebi que não dá para ser humano e ser completo, ou seja, não dá para ser racional, lógico, analítico, emocional, caótico e ser completo ao mesmo tempo, e talvez seja isso que nos faz feliz. Me diga quem já foi 100% feliz? Nem que seja por 1 segundo sequer? Não tem jeito gente... Somos infelizes e sempre vai nos faltar algo, nem que seja uma pequena pecinha.

Mas, ei, eu disse que "felizmente percebi que não dá para ser humano e completo", certo? É agora que vem a grande sacada do livro infantil que a Jout Jout apresenta em seu vídeo: já percebeu que, quando estamos mais tristinhos, sempre acaba acontecendo algo bom com a gente? Estou falando de pequenas coisas também, como apreciar coisas que jamais parou para apreciar, alguém te indicar uma série que você se apaixona pela história, um beijo e carinho de pai, mãe, avó ou qualquer outra pessoa amável, os seus amigos te chamam para sair e te ver feliz... Não importa o quanto estamos incompletos, isso só é importante para te fazer seguir em frente, afinal, é a única coisa que você pode fazer. A grande sacada é perceber o quanto somos felizes nessa trajetória, quanta sorte temos de nos rodearmos de pessoas que te apoiam e ajudam a melhorar o seu dia, ter o prazer de apreciar a natureza, a oportunidade de comprar aquele livro, aquele celular, aquela passagem de avião e ir para o lugar que você sempre quis ir. Passar na universidade ou mesmo formar-se, conseguir um emprego na sua área... é a melhor coisa que você pode fazer, mesmo não se sentindo completo da forma que você gostaria, mas a gratidão pela felicidade que encontrou no seu caminho. Não é se contentar com o que tem, é agradecer pelo que foi dado a ti. Isso faz diferença, viu?

Enfim, depois dessa grande conclusão, eu aprendi que sim, eu sou incompleta e que sim, eu sou feliz. Tenho coisas grandes para conquistar e espero encontrar a felicidade genuína um dia e voltar neste site afirmando que estive errada sobre esse texto, mas por enquanto, eu vou conseguindo tudo que posso e agradecendo pela bela paisagem que me foi proporcionada. E você? Já agradeceu hoje?

Beijos, até.

Lidar com o luto de nunca ter perdido nada (que bom estar de volta ♥)

O quanto a vida pode te surpreender em um ano? Em 2019 eu formei, eu terminei um relacionamento do qual eu era acusada e diminuída constantemente (por um cara que é um completo babaca), voltei a entender melhor meus momentos de tristeza, voltei a igreja. As coisas começaram mal em 2020, mas, de modo geral, estava tudo no lugar, como se eu só tivesse feito uma faxina interna, mas em janeiro eu percebi que não tinha sido o suficiente. Eu senti que sim, eu tinha feito a diferença comigo mesma, mas aquilo ainda não era o suficiente. Desde então eu decidi algumas pequenas metas de vida (aquelas que a maioria das pessoas desejam para si) e estou colocando as coisas no lugar.


Ainda não estou indo ao psicólogo, e eu sei, eu preciso ir. Eu perco meu foco de vida muito rápido, da mesma forma que consigo me autossabotar e acabar com o que estou fazendo no momento. Mas muito disso vem de alguns estudos fora da filosofia (curso no qual eu me formei). No momento eu estudo os estágios do luto, e estou usando cada conselho e convicção que eu abstraí para melhorar minha vida e me tornar alguém que eu tenha orgulho de ser. Estou me livrando, no momento, da raiva que eu sinto no momento que eu estou em euforia comigo mesma (porque as vezes consigo ser a pior pessoa para mim mesma), e passei por tantos momentos assim ano passado que apreendi uma habilidade de me tornar pedra. Sim, pedra, para que esse furacões não me carreguem para o fundo do posso novamente. E isso se tornou algo "natural", por mais estranho que pareça... é bom ter um sustento e saber que essa euforia é passageira. 

Mas aí você me pergunta: "por que os estágios do luto?" Bem, eu me sinto muito perdida, é como se houvesse um vazio físico em mim, que muita das vezes me leva para um lugar frio e sem vida. Sempre sinto um reflexo estranho em mim, que me sufoca e me engole aos poucos - ou, ao menos, engolia. Atualmente eu me sinto bem comigo mesma, e esse sentimento de vazio já não me preenche da mesma forma. O desafio, resumidamente, é entender que isso nunca vai sair de dentro de mim, e que tudo bem, eu não consigo fazer nada a respeito, além de tomar cuidado para não ser sugada para este sentimento por completa e acabar me perdendo em mim mesma. Será que eu consigo? Eu digo se acontecer (risos).

De qualquer forma, este site fica como um diário de devaneios e desabafos, fique a vontade para ler. Minha maior rede social é esta, fique a vontade para falar comigo por lá também. E, sério, não deixe os sentimentos ruins consumirem você... Você é maior que ele, com certeza.

Até mais ♥

Agora, você é só uma lembrança... | Texto de respiro

Oi! Há quanto tempo não nos falamos, parece que não te vejo há um século por ter acontecido tanta coisa na minha vida.. sabe, andei confusa depois que tudo terminou, antes parecia um conto de fadas, mas alguma hora eu ia acordar e perceber que não era tão bom assim. Somos parecidos em relação aos gostos que temos. Acho que isso nos fez confundir o que estava acontecendo entre a gente. Você parecia tão inalcançável... E quando consegui me aproximar, fiz das tripas coração para não te perder.
Mas isso foi em vão... E há muito tempo.

FOTO AUTORAL

Continuamos conversando como se nada tivesse acontecido. Isso era estranho para mim, assim como está sendo este momento, mas eu precisava te manter por perto até me acostumar de vez com esse vazio que você deixou depois que partiu. Gostava de virar a noite com você, conversando sobre coisas nada a ver, criticando a sociedade, compartilhando memes... rindo, se divertindo, mas isso me fazia mal, e sei que você também se sente assim. Mudei algumas certezas de lugar depois de um tempo afastada disso, o que fez preencher esse vazio que eu sentia. Não preciso de um substituto, preciso me encontrar inteira de novo. Coisa que nunca fui ao seu lado.

Como eu disse, eu te achava inalcançável, então desfiz de boa parte de mim para criar o nós. Contudo, a vida se torna incompleta: você era metade para mim por sua vida longe de nós, e eu era metade para construir e fundamentar esse nós. Não preciso explicar onde está o erro, a verdade é que você nunca foi para mim o que eu nunca fui para você. Cuido com carinho de cada lembrança boa, mas é só isso, uma lembrança... pode acreditar. Eu mesma nem acredito que disse o que disse na última vez que nos aproximamos, se eu pudesse voltar atrás eu ficaria na minha, mas eu penso "ah, se eu não falar, a chance será bem pior" e juntando isso com a minha lógica de "as palavras personificam coisas", até que foi bom eu te dito naquela situação. Percebi que não estávamos no momento errado. Não existe momento para nós. E posso dizer que todo esse mar de sentimentos passou. Não precisei de nenhum choque de realidade para perceber isso, apenas pensei por mim mesma, coisa que não fazia desde você.

Mas não se engane, foi bom te ver. Mas espero que seja a última vez que isso aconteça, afinal, temos coisas mais importantes para cuidar, não é? Você foi especial e faz parte de mim, de uma maneira toda estranha, mas só faz parte como uma lembrança.

Agora, você é só uma lembrança.